Inspirado pela leitura recente dos livros n.os 4 e 5, apeteceu-me fazer uma lista dos livros que mais gozo me deram enquanto os li. Autênticos devoradores de horas no sofá, na cama ou no autocarro, são daqueles que não se consegue largar enquanto não acabam. São eles:
1. O Som e a Fúria – William Faulkner (1929)
Deste já falei aqui. Li a versão traduzida por Ana Maria Chaves para a D. Quixote. Pareceu-me boa. Pelo menos vibrei bastante com o livro. Tenho a versão original mas é muito difícil. Qualquer dia talvez consiga. Para mim, o mais importante não é a história, mas sim a forma como ele está escrito. As coisas que se vão descobrindo. A necessidade de o reler outra vez, outra vez e outra vez. Enfim, O livro.
2. Crime e Castigo – Fiódor Dostoiévski (1866)
Bom, aqui é sobretudo a história. A história da alma de um assassino. Li a versão traduzida por Nina Guerra e Filipe Guerra para a Editorial Presença. Ainda não atingi o russo.
3. The Day Of The Triffids – John Wyndham (1951)
Este só o vi à venda em Portugal uma vez, e foi quando o comprei. Muito raro (se bem que com a net, as coisas já não são o que eram). Li a versão original, nunca vi nenhuma tradução disponível. A primeira sensação que tive foi de profundo choque. Isto não está a acontecer. E se, de repente, (quase) toda a população mundial ficasse cega? Quando o li, ainda não conhecia o “Ensaio Sobre a Cegueira” do Saramago. E é claro que quando li este último, já não tive choque nenhum.
4. Native Son – Richard Wright (1940)
Mais um em que não se vai sucessivamente acreditando no que está a acontecer. Para mim, a melhor descrição da condição do Negro nos EUA pós-guerra civil. Uma descida ao intimo do ódio, medo e culpa. Também não conheço nenhuma tradução para português deste livro, pelo que me fiquei pela versão original.
5. The Catcher In The Rye – J. D. Salinger (1951)
O personagem que mais veneno destila ao longo de um livro. É o máximo. A linguagem. As opiniões dele acerca de tudo e mais alguma coisa. Opiniões cáusticas, é claro. Neste caso, e na minha modesta opinião, tem de se ler a versão original. Existe uma tradução publicada pelos Livros do Brasil, intitulada “Uma Agulha No Palheiro”, mas não reflecte o original. Algumas vezes pensava “Como terão traduzido isto?”. Ia ver e nem sequer tinham lá a frase. Simplesmente ignoraram-na. Não é normal. Mas deve ser o livro em inglês mais fácil de ler que me passou pelas mãos. Vale mesmo a pena.
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