domingo, 8 de junho de 2008

Notas de um ex-avenca (IV)

Fui à Baixa. Passei pela Praça do Comércio. Asneira. Aquilo é o paraíso dos avencas, meus amigos. Por onde uma pessoa se vire é só Ministérios. Finanças, Justiça, Administração Interna, nunca mais acabam! Qual deles teria a maior quantidade de papel e as mesas mais repletas de agrafadores? A tentação foi mais forte, não resisti e tentei entrar à força pelo da Justiça adentro. Digo à força porque fui detido por um segurança brutamontes que estava à porta. Ele, onde pensa que vai?, eu, sou um ex-avenca, por favor deixe-me entrar, cheira-me a quantidades industriais de papel, ele, calma amigo, vais ser capaz de ultrapassar isto, eu, só snifar um pouco por favor, ele, tens de acreditar em ti próprio, a vida é maravilhosa, eu, mas eu assim não sou nada, ele, se não gostares de ti, quem gostará? Acalmei-me e fui-me embora. Na despedida ele ainda me disse: eh amigo, e espero que encontres sem procurar o que eu procuro sem encontrar.

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